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7. CAPÍTULO V - A RECEPÇÃO DA FLOTILHA E AS COMEMORAÇÕES

A recepção da flotilha e as comemorações sobre os 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro. _Prossiga pelos arquivos sequenciais (<).

     A RECEPÇÃO DA FLOTILHA COM CINCO CARAVELAS DOS NOSSOS DIAS E COMEMORAÇÕES SOBRE OS 450 ANOS DA FUNDAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

  1. Comemorações

         

     As cinco “caravelas dos nossos dias”, capitaneadas pelo veleiro Cisne Branco, desfilaram diante da histórica Fortaleza de São João de Guanabara, sob os acordes da Banda Marcial do Batalhão do Imperador e da Orquestra Violões da Fortaleza, tendo como “pano de fundo” uma salva de tiros de Artilharia, respondida pelos canhões do Cisne Branco.

     No dia 1º de março de 2015, os veleiros da flotilha, surgiram diante da Fortaleza de São João, na hora pré-determinada, 07h30, quando se iniciaram as comemorações oficiais dos 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro.

     Os veleiros da flotilha do Cruzeiro se posicionaram na Praia de Fora da Fortaleza de São João, local onde a expedição de Estácio de Sá desembarcou, ali permanecendo alguns minutos sem ancorar. O momento histórico revivido foi registrado em fotos do Prof. Dr. André Vaz, reproduzidas abaixo e compostas com telas de um vídeo da Marinha do Brasil.

     As comemorações dos 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro constaram de cerimônia cívico-militar, alusiva à data histórica, encenação das operações terrestres por atores vestidos de navegantes e índios, soerguimento de uma cópia do padrão português (marco de posse da terra), ato religioso, bênção e entrega da chave da cidade ao Prefeito Eduardo Paes. À tarde, houve uma visita monitorada à Fortaleza de São João e, à noite, um jantar festivo.

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2. Homenagens e visitas

     A flotilha contornou o Morro Cara de Cão e ancorou na Praia de Dentro (Maruja). Os.velejadores foram recebidos pelo General Brasil e pelo Cel. Thadeu e, em breve cerimônia, a ABVC foi agraciada com uma belíssima placa estilizada. Aos velejadores foi ofertada uma medalha comemorativa aos 450 anos da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

     Em seguida, os velejadores e as tripulações participaram de uma visitação à Fortaleza de São João, com destaque à visitação do Forte de São José, localizado na boca da Baía da Guanabara. Hoje, abriga um museu histórico bastante visitado por escolares, principalmente.

Recepção das “cinco caravelas dos nossos dias”

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3. Eventos acadêmicos

     Na Casa de Deodoro, foi realizada a entrega ao Exército Brasileiro do projeto Roteiro dos Fortes da Baía de Guanabara, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), segundo modelo do Circuito dos Fortes do sistema defensivo do Porto de Santos.

     Antecedendo a chegada dos veleiros, foi realizado um ato cultural significativo, no dia 28 de fevereiro de 2015: a Profª Drª Marisa Egrejas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LTDS/COPPE/UFRJ), o Presidente da Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro (ABVC), Prof. Dr. Volnys Bernal, e o Cel Art. Vetº. Elcio Rogerio Secomandi proferiram palestra na Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana.

     O Roteiro dos Fortes da Baía de Guanabara resultou num “webdocumentario: Nós no Forte”, produzido pela UFRJ.

     O tema está relacionado ao fato de que, há muito tempo, a defesa territorial libertou-se dos invólucros arquitetônicos, no formato de cortinas fortificadas Deixando-nos, porém, um acervo patrimonial de inestimável valor histórico e cultural, como é o caso dos dois fortes  com o mesmo nome santo (São João): um em Bertioga, 1551, e outro no Rio de Janeiro, 1565. Origem e final do Cruzeiro ABVC – Bertioga/Rio, 450 anos depois.

     É preciso, portanto, incentivar a visitação a esse formidável acervo cultural de origem militar colonial, com a finalidade de prosseguir na preservação da memória nacional edificada. Para tanto, nada melhor que o uso cultural e turístico, visando a passar do “repelir inimigos, piratas e corsários”, para o “receber amigos/as(19).

     "Os Fortes, Fortins, Fortalezas ... fornecem uma visão geral única de um país ou continente e, por essa razão, têm sido reconhecidos como cenários úteis para a cooperação internacional” (20).

     O Cruzeiro Forte de São João foi também um ato motivador para o lançamento do projeto Roteiros dos Fortes: circuitos turísticos em fortes e fortalezas da Baía de Guanabara, coordenado pelo Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (LTDS / Programa de Engenharia de Produção / COPPE / UFRJ), com apoio da FAPERJ – Federação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Edital Pensa Rio 2011. Diversas parcerias foram estabelecidas pela UFRJ, dentre elas: Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Houve, também, parceria com o Exército Brasileiro, por meio de sua Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHCEx).

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4. Programas turísticos e culturais

     A projeção do poder colonial português, com sua Armada singrando mares nunca dantes navegados, tem neste briefing, um sentido lúdico, inspirado no maior poema épico da língua portuguesa:

“No mar tanta tormenta e tanto dano (...)

Na terra, tanta guerra, tanto engano”

Luís de Camões / Os Lusíadas,1572.

     Eles, os portugueses, que eram tão poucos, numa colonização evangelizadora, ousaram construir este país-continente, fazendo uso de diversos meios e atributos que hoje fazem parte do DNA da nossa Nação, dentre os quais destacamos: as fortificações – fortes, fortins, fortalezas, materiais e tangíveis – que permeiam o vasto perímetro da América de origem portuguesa;  Fé cristã – espiritual – pelos nomes (oragos) dessas fortificações e de inúmeras cidades e acidentes geográficos que pontilham o vasto território que hoje nos pertence; e o idioma – intangível –, por meio do qual nos comunicamos.

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5. Organizadores e apoiadores

     O Cruzeiro foi organizado pela ABVC em conjunto com a Prefeitura de Bertioga, contando também, com diversos apoios institucionais: Centro de Capacitação Física do Exército, Espaço Cultural Fortaleza de São João, Marinha do Brasil, Iate Clube de Santos, BR Marinas e Iate Clube do Rio de Janeiro, Laboratório de Tecnologia de Desenvolvimento Social (LTDS) da COPPE/UFRJ, Comitê Internacional de Fortificações e Herança Militar (ICOFORT-Brasil), Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS), Sociedade Amigos da Marinha de Santos (SOAMAR Santos), Fundação Cultural Exército Brasileiro (FUNCEB).

     Os organizadores pretendiam – e conseguiram – despertar o nosso sentimento de nacionalidade, por meio da reconstituição da epopeia vivida por Estácio de Sá, 450 anos antes. A expedição original, realizada no início da colonização oficial do Brasil, teve por finalidade expulsar os franceses que se apossaram da Baía de Guanabara e estabeleceram o que chamavam de “França Antártica”. Lá permaneceram por cerca de doze anos (1555 – 1567). Refazer aquela epopeia com cinco “caravelas dos nossos dias” merece este registro histórico centrado no “diário de bordo” do comodoro da expedição Bertioga/Rio, 450 anos depois,,,

     Para tanto, o autor, coautores e colaboradores deste livro educacional oferecem uma versão digital disponível na no website do autor – www.secomandi.com.br/linha-do-tempo.php – e na plataforma “academia.edu” dedicada a uma missão acadêmica que tem por objetivo “acelerar a pesquisa no mundo”:

https://independent.academia.edu/ElcioRogerioSecomandi

     Os roteiros dos fortes, envolvendo espaços históricos de origem militar, como equipamentos de visitação de sítios simbólicos de pertencimento para quem os frequenta regularmente como local de trabalho, de lazer ou de prática esportivas, subverte a lógica da construção de roteiros turísticos a partir da visão puramente técnica – desenhados em gabinete –, uma vez que coloca a expertise a serviço da população local, segundo relatos da UFRJ.

      “O Roteiro dos Fortes da Baía de Guanabara foi desenvolvido com o objetivo de estimular a visitação ao sistema defensivo em posições fixas, destacando-o como patrimônio histórico fluminense e brasileiro e, ao mesmo tempo, buscando fortalecer vínculos identitários e a preservação da nossa memória social e cultural”.

     E tudo nos parece inspirado no poema da saudosa Profa. Dra. Clotilde Paul (1931 – 2015), que nos deixou poucos dias após o evento marítimo histórico que acabamos de relatar:

"Nas velas a Cruz de Cristo

 Na gávea, um João qualquer

Ao leme, a esperança

Era a caravela um só coração”

     Pelos mares em busca de sonhos ...

E, ao longo do tempo,

“...  com a união destas raças

tudo se encheu de graça,

ganhando novo sabor”.

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    Caso queira acessar a Linha-do-Tempo completa e buscar os demais capítulos, clique, abaixo, em Voltar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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